As competências que envolvem a interacção com outrem são tidas como prioritárias pelos empresários e pelos diplomados . Na visão tradicional, assume-se que as competências interpessoais são desenvolvidas, de forma apropriada e espontânea, à medida que o estudante adquire maturidade. Esta perspectiva seria justificada em ambientes monoculturais e/ou que apresentassem tramas normativas estáveis, o que está longe de caracterizar as sociedades de hoje, em particular, no que diz respeito ao mundo do trabalho. De facto, nas organizações actuais, predomina o trabalho em equipa, dentro da mesma função ou, como no caso das equipas de projecto, em conjunto com elementos de outras funções, com níveis hierárquicos diferentes.

A capacidade de gerir situações difíceis no domínio das relações interpessoais no trabalho constitui igualmente uma exigência para a plena integração socioprofissional dos diplomados. As práticas de gestão actuais que enfatizam a interdependência nas actividades intra-organizacionais, por um lado, e a crescente diversidade nas organizações, por outro, constituem factores potenciadores da ocorrência de conflitos. Assim, lidar de forma adaptada e útil com estas facetas da mudança nas organizações exige que qualquer profissional se torne “competente no conflito, na comunicação e na argumentação.